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A palavra anamnese, do grego, significa "ação de recordar" ou "trazer à memória". O termo pode ser utilizado em diferentes contextos, como na área da saúde, na filosofia e até na liturgia.
Na prática clínica cotidiana de um profissional da área de nutrição, é plausível usufruir da anamnese como uma etapa fundamental no processo de avaliação. Por intermédio desta, é possível obtermos um momento de escuta ativa e de compreensão profunda em vários aspectos da vida do paciente, como hábitos alimentares, rotina e estilo de vida, histórico clínico e familiar, sinais e sintomas, uso de medicamentos, aspectos emocionais e comportamentais relacionados à alimentação, servindo de base para a construção de um atendimento verdadeiramente individualizado. Entendemos que cada indivíduo dispõe de uma realidade única, a mesma conduta não deve ser aplicada para todos. Com o apoio da anamnese é possível traçar estratégias personalizadas que facilitam o dia a dia e aumentam o compromisso e adesão dos pacientes com o tratamento.
Essa ferramenta pode ser ajustada de acordo com a área de atuação do profissional. Na nutrição, por exemplo, há diversas especializações, como nutrição infantil, esportiva, hospitalar e clínica. Para cada uma delas, existem perguntas-chave que ajudam a estruturar e conduzir uma anamnese de maneira eficaz. Diante disso é fundamental compreender quais perguntas são consideradas essenciais para uma anamnese nutricional se tornar eficiente. Essas perguntas devem ir além dos dados básicos, buscando entender o paciente de maneira integral, não apenas como se alimenta, mas como, por que, e com que sentimento se alimenta.
A seguir estão alguns pontos importantes a serem explorados durante a anamnese:
Motivo da consulta e objetivos: essas perguntas ajudam a entender a motivação do paciente e alinhar expectativas com a conduta nutricional.
Histórico clínico e familiar: com essas informações, é possível adaptar a conduta nutricional às condições clínicas atuais e atuar de maneira preventiva na saúde do paciente.
Sinais e sintomas e queixas atuais: auxiliam a identificação de desequilíbrios que estão associados muitas vezes à alimentação e ao estilo de vida.
Comportamento alimentar: O comportamento alimentar revela muito sobre a relação do paciente com a comida, esse é um ponto chave para uma abordagem empática.
Rotina e hábitos alimentares, e estilo de vida: é fundamental compreendermos esses pontos, pois eles permitem que o profissional desenvolva uma estratégia personalizada, adaptando-a conforme a realidade do paciente, evitando prescrições incompatíveis com o tempo ou recursos disponíveis. Outro ponto importante é compreendermos as preferências alimentares e restrições, sendo essencial para garantir um plano respeitoso e com alta adesão. A alimentação envolve culturas, história, escolhas pessoais e até crenças. É importante que os profissionais compreendam essas ações, para que possam utilizar abordagens e estratégias que venham realmente a fazer sentido na vida do paciente.
Podemos concluir que a ferramenta anamnese possui um papel extremante fundamental, pois faz com que os profissionais sejam capazes de coletar informações detalhadas, identificar necessidades individuais e personalizadas, possibilitando um cuidado eficaz, seguro e humanizado.
Autora: Jéssica Lima, Nutricionista - CRN 17856
Em colaboração para o Ecossistema Lifetime